Se algum dia você me chamar para seu casamento e eu for, pode ter certeza que eu te amo muito, porque assistir de camarote pessoas ganhando aquilo que eu sempre quis é uma tortura tão grande que eu já me sinto dolorida por dentro só de considerar tal ato.
Eu não queria ser tão "não atraente" como eu sou.
E não adianta emagrecer, já fui magra e me chamavam de mil nomes.
Não adianta alisar o cabelo, já tive ele reto e brilhante sobre meus ombros e não recebia nem elogio de mulher que adora falar dessas porcarias.
Não adianta sair, que em balada eu só vou pra segurar vela.
Não adianta me expor, já faço isso diariamente e só faz as pessoas me darem elogios falsos para ajudar com a minha auto-estima.
Nada adianta. Eu sou feia. Por mais que eu me adore olhar no espelho de manhã e dar um imenso sorriso toda vez que faço isso. Os outros humanos são incapazes de ver em mim nada além de uma criança triste, solitária querendo um pouco de atenção.
Só eu me acho linda. Quase 24 anos de vida, e só eu, no mundo inteiro sou capaz de largar tudo pra me fazer feliz.
Quase um quarto de século e eu não convenci nenhum outro ser a me apreciar. Eu sou tão diferente que ultrapassei a linha do diferente-atraente e cheguei no diferente-bizarro.
Se alguém puder me ajudar, estou aceitando qualquer conselho, menos aqueles que dizem que é coisa do destino, que minha hora vai chegar.
Ela não vai chegar.
Ela chegou várias vezes para todos que eu conheço.
Não sei o que fiz de errado para merecer isso, mas peço o fim dessa tortura. Eu não gostaria de ter, em poucos dias, o retorno da minha vontade sazonal de me matar, com ênfase na minha eterna solidão.
Tem muita gente ao meu redor se unindo cada vez mais em pares, e não posso sair com eles, e ficar lá olhando pro teto fingindo não estar pensando em estratégias indolores de suicídio.
Se algum dia eu conseguir arrumar forças suficiente para me suicidar, o motivo principal será esse.
Tenho uma família bacana, uma carreira legal, um corpo que eu não odeio, "amigos" suficientes pra me manter sã, até onde dá.
A única área dá minha vida que eu tenho reclamações é a parte amorosa. A única que não precisa de dinheiro, não precisa de habilidades, a única que não consigo ter.
Estou cansada até de reclamar disso.
Dá vontade de parar de ser legal com quem namora. Mas a culpa não é deles. A culpa é minha. Por se afixar numa ideia de relacionamento ideal que não existe. Não pra mim pelo menos.
Eu só queria morrer rápido, sem dor.
Olha só, a vontade sazonal chegou antes de eu acabar esse post.
Mas pensando melhor, todo mundo que eu conheço que namora paga de alguma forma.
Se eu tivesse alguém, certeza que perderia umas 3 ou 4 facilidades na vida.
Até imagino. Um emprego mais difícil e mais longe de casa, minha família perdendo dinheiro em algum investimento errado, alguma doença que me derrube. Aí vai aparecer alguém. Pra me apoiar.
Pra equilibrar. Pra eu não querer mais me matar e fazer tudo como se fossem grandes batalhas diárias.
Pensar nisso reduziu minha dor, mas não minha vontade de encerrar a vida hoje.
Chega, vou descansar agora.
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