Ela odiava e amava tudo ao mesmo tempo.
Achava tudo óbvio demais.
As pessoas a pediam "abra seu coração pra mim", mas não achava que nada deveria ser dito, pois além de tudo estar classificado como óbvio e comum, sua condição não mudaria.
Achava que poderia praticar todo e qualquer tipo de arte. Menos música. Música é muito científica pra ser arte. De qualquer jeito era preguiçosa demais para fazer arte.
Mas se achava racional também. Sempre tinha respostas simples para grandes dramas da humanidade. Menos para as coisas não deram certo na sua vida.
Será Deus? Será destino? A sua aparência? Alguém querendo provar algo que ela, em sua obviedade plena não conseguira entender?
Começava a fazer anúncios de sua tristeza. Nenhuma resposta. Onde estavam seus amigos? Um anúncio abaixo estava uma celebração de um relacionamento bem sucedido, seguindo o histórico, comentários sobre uma festa.
Era ali que eles estavam. Sorrindo. Comendo. Bebendo. Se divertindo. Se amando.
Kübler-Ross.
E resolveu encarar a solidão.
"Vamos ver até quando me mantenho sã"
Enfim aceitou um desafio.
Sacudiu 5 dedos pro ecrã.
"Suicídio ainda é opção?"
Riu um pouco.
Os odiava e os amava ao mesmo tempo.
Continuava achando tudo óbvio demais.
Um comentário:
Eu adoro o que você escreve, de verdade.
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