Já tenho mais de 23 anos de full-time analista da minha própria vida. Não que eu lembre muito do meus pensamentos da primeira infância, mas me recordo de um episódio interessantíssimo onde eu me questionava que grupo de meninas eu deveria "andar" na pré-escola, e acabei ficando com as mais humildes (uma negra e uma bolsista - Priscila e Aline, estudamos por anos juntas -) e criando uma inimizade com o resto. Deveria ter uns 5 anos.
Não me considero inteligente por isso. Me considero mais triste. E, claro, muito solitária.
Não sou normal, e cada ano que passa tenho mais certeza disso.
Notei minha falta de sorte em anos ímpares no final de 2012, quando fiz meu balanço via Facebook.
2001 foi o último ano na escola mais de difícil convivência, 2011 eu paguei pra trabalhar, 2005 parei de estudar com meus melhores amigos e os perdi completamente, 2003 eu era a menina mais fedida da sala e só descansava aos domingos.
2002 fui notada, 2012 eu conheci minha banda favorita, 2008 eu notei, 2004 eu tive a impressão que poderia ser normal e ter amigos.
Acredito que minha repulsa por crenças sem sentido me impediu de notar isso antes. Mas nada que essas evidências claras e consistentes não mudem minha fé.
Vou aproveitar 2013 para aprender. Para descobrir o melhor do que eu posso ter. Porque não basta só desejar alguma coisa e tentar. Meu corpo, meu destino, meu jeito, não me permitem ter muitas coisas. E não tenho tempo nem disposição para conquistá-las.
Notei a minha principal diferença entre esse ser maravilhoso que sou eu, e o resto das pessoas. Elas se "prostituem" para não ficarem só. Elas vendem sua disposição, suas convicções, seu tempo, seu corpo, sua vida para passar o tempo juntas e sentirem que fazem parte de um coletivo imaginário.
Se eu não me importo com os sentimentos de uma pessoa, eu não finjo me importar. Se eu estou mais confortável em casa do que enchendo a cara a 30 km dela, eu fico. Se eu não gosto de uma pessoa, não me faço de amiga. Se eu gosto de uma pessoa, mas ela mora longe, eu prefiro manter meu amor por ela online (não que isso já tenha dado certo).
É aí que eu estou errada. Talvez eu seja muito moderna, e esse modelo de amizade funcione melhor em alguns anos, talvez eu seja muito estranha mesmo, ou ainda não tenha encontrado pessoas mais parecidas comigo.
Todas as minhas amizades têm validade. O tempo que eu convivo diariamente com a pessoa. Acabou faculdade? Adeus, amigos da faculdade. Troquei de emprego? Adeus, amigos desse empresa.
Se eu não preencho alguma carência delas, as pessoas não se apegam a mim (inclusive, vale relembrar) e não sentem interesse em continuar. Vejo as pessoas conversando online, mas é só uma continuação do que elas viveram juntas na vida real. Elas só abrem seus corações quando sabem que vão poder continuar a conversa cara a cara.
Eu sou difícil, nem nego. Eu sou difícil pra mim, o que dirá de quem tem que lidar com o que eu exponho sem saber o conceito por detrás das minhas maluquices.
Me disseram uma vez que eu ia viciar em trabalho, mas meus amigos não iam me deixar ficar mergulhada nele. Olha só, que engraçado, sábado à noite, estou aqui fazendo um relatório, vendo meus "amigos' se divertindo em festas que eu não fui convidada (não que eu gostaria de ter sido convidada) e nenhuma outra previsão que essa pessoa fez deu certo. Não lembro bem, mas deve ter sido num ano ímpar.
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